quarta-feira, 25 de junho de 2014

Bancada feminina deve dobrar na Assembleia Legislativa de MS


Valdir Cardoso (*)  


Com apenas duas mulheres entre os integrantes da Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul, a presença feminina poderá, no mínimo, dobrar na próxima legislatura, uma vez que o número de pré-candidatas com forte potencial eleitoral é significativo, com os partidos se preocupando em lançar nomes de peso para preencher as vagas destinadas, por Lei, à representantes do sexo feminino.
Além das deputadas Mara Caseiro (PT do B) e Dione Hashioka, (PSDB?), que serão candidatas à reeleição, só em Campo Grande duas pré-candidatas com inegável folha de serviços prestados à comunidade poderão, com certeza, estar entre os 24 representantes do povo no Legislativo sul-mato-grossense.
Tereza Name a Antonieta Amorim
Trata-se da benemérita, assim chamada sem nenhum exagero, Tereza Name (PSD), irmã do deputado Jerson Domingos e esposa do empresário Jamil Name, que tem na sua história um trabalho social executado há mais de três décadas em favor das pessoas menos favorecidas, mesmo quando não tinha e nem disputava cargos eletivos; e Maria Antonieta Amorim, ex-primeira dama de Campo Grande por oito anos consecutivos, se destacando pela sua preocupação com os problemas sociais, sendo por isso mesmo, também sem nenhum favor uma mulher de valor extraordinário, do mesmo naipe de Tereza Domingos Name, Mara Caseiro e Hashioka.

Todas as coligações fizeram questão de garantir a participação de grande número de mulheres em suas chapas para a disputa das 24 vagas na Assembleia Legislativa e 8 na Câmara Federal, porém os nomes têm sido mantidos em sigilo e só serão conhecidos quando da realização das convenções partidárias que serão até o dia 30 do mês em curso.

AS CHANCES DE CADA UMA

Mara Caseiro (PTdoB)

Vou começar por aquelas que têm mandato:  Em primeiro lugar Mara Caseiro, profissional da área de saúde, ex-prefeita de Eldorado, fez um ótimo trabalho, não ficando naquele “nhem nhem nhem” de votos de pesar e homenagens desregradas, preferindo se posicionar, alertando os governos sobre os descuidos, descasos e problemas de corrupção que provocaram rombos nos cofres públicos com os desvios de recursos que, se não fossem roubados, seriam aplicados na Saúde Pública, na Educação e na Segurança. Pule de 10.


Hashioka, Dione (PSDB)

Em segundo lugar a situação da deputada Dione Hashioka é um pouco mais complicada, pois envolve um sério problema de identidade ideológica e fidelidade política. Seu marido Roberto Hashioka, cria política do ex-deputado Getulio Gideão Bauermeister, está filiado ao PMDB, partido pelo qual foi candidato a deputado federal, obtendo ótima e inesperada votação e logo em seguida conquistou, nas urnas, o direito de retornar ao comando da Prefeitura de Nova Andradina, porém já abandonou o candidato do seu partido, optando pelo apoio ao “adversário” petista.

Como fica a situação da deputada Hashioka?  No mínimo é politicamente estranha, gerando dúvidas se vai seguir a orientação do marido ou se manter fiel ao seu partido, que tem o deputado Reinaldo Azambuja como candidato ao Governo do Estado. Qualquer que seja a sua opção terá o feudo eleitoral restrito à região de Nova Andradina invadido por candidatos fiéis ao representante Tucano ou, caso contrário, por postulantes ligados aos petistas. Não poderá navegar por 90 dias nas águas turvas da política com os pés em duas canoas.
 
Tereza Domingos Name (PSD)

Tereza Name
Filiada ao PSD, presidido por Antônio João Hugo Rodrigues, Dona Tereza Name vem com o apoio do irmão deputado Jerson Domingos (PMDB) e com respaldo no seu trabalho pessoal e no prestígio da família, com amplas chances de expressiva vitória. Dispensa maiores comentários, pois só as pessoas carentes que conhecem o trabalho da Dona Tereza sabem do quanto sua presença é importante, dentro e fora da política.





Maria Antonieta Amorim (PMDB)

Ela que foi primeira Dama de Campo Grande durante oito anos consecutivos, sempre gostou de política desde a mais tenra infância, mas só se revelou para o público em geral quando, na função de recém empossada no cargo responsável pela área social da administração de Nelsinho Trad (2005) “encarou “ as águas que invadiam casas na vila Popular para ajudar no resgate de idosos, crianças e deficientes físicos presos em seus inseguros lares. Surpreendendo bombeiros, “Jipeiros” e voluntários que perguntavam: “Quem é aquela baixinha brigando contra a correnteza?”

Seis anos depois foi eleita suplente do senador Waldemir Moka PMDB), colaborando decisivamente na vitória do peemedebista. Sua história começou assim e terminará depois de muitas vitórias, com certeza.

A LINDA HISTÓRIA DAS MULHERES NA POLÍTICA E NA AÇÃO SOCIAL

Com forte tradição de participação na vida pública na região sul do velho Mato Grosso, desde a redemocratização iniciada com o fim da ditadura comandada por Getúlio Vargas em 1945, as mulheres tiveram como primeira representante a professora Oliva Enciso, que se elegeu vereadora em Campo Grande e posteriormente deputada estadual pela UDN.

Conselheira Marisa Serrano
Em eleições posteriores o Legislativo campo-grandense foi agraciado com a presença de mulheres que ajudaram e ajudam a escrever a linda história da participação feminina na vida pública de Mato Grosso do Sul, sendo elas Nely Elias Bacha, Marisa Serrano, Marilene Moraes Coimbra, Maria Emília Sulzer, Magali Picarelli, Rose Modesto, Carla Stephanini, Luiza Ribeiro e Juliana Zorzo.

Na Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul tiveram brilhante participação as ex-deputadas Celina Jallad, Marilu Guimarães e Marilene Moraes Coimbra.

Já na Câmara Federal o Estado teve duas representantes que fizeram história: Marilu Guimarães, que foi também vice-prefeita de Campo Grande, e Marisa Serrano, que após dois mandatos, foi a primeira senadora de MS.

OUTROS NOMES

Tereza Cristina Correa da Costa
Outros nomes estão surgindo nesta eleição, dentre os quais a indicada pelo PMDB para disputar a eleição para o Senado, Simone Tebet, ex-prefeita de Três Lagoas e atual vice-governadora. A advogada Tatiana Ujacov que está tendo o seu como provável candidata pelo PSB; Tereza Cristina Correa da Costa, que pode ser vice de Nelsinho Trad ou candidata a deputada Federal também pelo PSB e vereadora Graziele Machado (PR) que vai tentar ocupar vaga deixada pelo pai (Londres Machado) na Assembleia..

Na verdade o número de candidatas está aumentando consideravelmente, pois os partidos cumprem as exigências da Legislação em vigor que destina 30% das vagas às representantes do sexo feminino.

´(*) O autor é jornalista e foi presidente da Câmara Municipal de Campo Grande, prefeito da Capital, Deputado Estadual, chefe de gabinete da Secretaria de Estado da Saúde e sub-chefe da Casa Civil no Governo de Pedro Pedrossian.