terça-feira, 30 de abril de 2013

ENQUANTO ISSO NO FACE...








quinta-feira, 18 de abril de 2013

O POVO QUER SABER: Por que a “briga” entre o “Lixo” e o “Couro Podre”


(*) Valdir Cardoso

A quem interessa a briga que é destacada em dois órgãos da imprensa de Campo Grande que abordam com exagerado rancor uma não comprovada irregularidade na licitação que escolheu a empresa responsável pela coleta do lixo na Capital, de um lado, e de outro o mau cheiro produzido por um curtume instalado no Indubrasil, exalando podridão no ar em uma ampla região habitada por trabalhadores do núcleo industrial?

O cidadão que não tem acesso às informações de bastidores e não tem conhecimento do envolvimento de ”figurinhas carimbadas” em rentáveis negócios com o Poder Público, não sabem que esta manchete tem por objetivo único atrapalhar algum tipo de “maracutaia” praticada por “barões" do “Quarto Poder”, empresários que, concorrentes, utilizam sistematicamente a força da imprensa para “abrir portas e sucatear o erário”, praticando crimes que, nos editoriais, juram de pés juntos combaterem o mal feito em defesa de uma sociedade espoliada e que paga a conta pelos benefícios que tais “personalidades” abocanham em negócios que nada tem a ver com a imprensa, ou melhor, com a boa imprensa.

O que o cidadão, mesmo sem saber dos detalhes, já sentiu que há um mau cheiro terrível por trás e nunca pela frente, desta briguinha entre aprendizes de mafiosos, verdadeiros imitadores de tipos tais como o eternizado no cinema e na literatura através da figura de “Dom Corleone”.

O mau cheiro que vem do “lixo” como o repugnante odor do “couro podre” é o reflexo de uma imprensa que não defende a sociedade e sim os interesses, muitas vezes escusos, de “empresários” que herdam ou montam um órgão de comunicação para pressionar governantes que por temor de campanhas engendradas nos bastidores e até em gabinetes de “representantes do povo”, provocando manchetes escandalosas envolvendo nomes de detentores do poder e até de familiares de governantes. É uma prática antiga e já foi chamada de “imprensa marrom”.

Apenas para antecipar, não se espantem os sul-mato-grossenses se nos próximos dias o “esquema do couro podre” fazer circular a informação de que há pessoas que locam, arrendam ou alugam “equipamentos” a preços exorbitantes, e como resposta a produção do “esquema do lixo” fará uma denúncia contra o “couro podre” acusando-o de não gostar nenhum pouquinho de encostar o umbigo no balcão da Secretaria de Fazenda para recolher impostos, como fazem os empresários de verdade.

E nesta briga entre “O Mar e o Rochedo sempre sobra para o Marisco”, porque na contenda, tanto o “Mar” como o “Rochedo” se locupletam e se lambuzam –“ Que fedor, my god” -, enquanto o marisco, aqui representado pelo empresário que paga seus impostos, pela criança sem acesso ao sistema de saúde, pelo  indígena espoliado e usado por anarquistas, pelo produtor rural que vê o seu direito de propriedade com documentação centenária sendo usurpado por demagogos que se postam de defensores dos fracos e oprimidos, enfim sobra para aqueles representantes do povo que não tem uma arma poderosa para “abrir portas”.

A desmoralização da imprensa tradicional, que está sendo engolida – graças à tecnologia – pelas redes sociais – Facebook, principalmente- se dá porque na nova mídia, o jornalista, o homem bem informado e ético, não tem patrão.

(*) O autor é jornalista e foi vereador, presidente da Câmara Municipal, deputado Estadual e prefeito de Campo Grande. É diretor do Site www.ojornalms.com.br