quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

Cruza de Jacaré com Cobra D’água ou projeto Frankenstein Tupiniquim?



(*) Valdir Cardoso

Reinaldo Azambuja (PSDB) para senador e Delcídio Amaral (PT) para governador de MS, chapa sonhada pelos dois visionários sem rumo, que querem o poder a qualquer custo, só seria possível se ambos abandonassem suas respectivas siglas, pois as cúpulas nacionais dos dois partidos já se manifestaram que tal pretensão é impensável e desmoralizaria de uma vez por todas as duas combalidas agremiações.

Senador Delcídio Amaral e o deputado federal Reinaldo Azambuja
Na verdade elas só se unem nos envolvimentos de seus membros nos esquemas do mensalão, onde o PSDB tem o seu representante na pessoa do ex-senador e agora deputado federal Eduardo Azeredo (MG) e o PT tem a primazia de ser o criador do esquema que desviou milhões dos cofres públicos, com vários de seus “astros” condenados a cumprirem penas em regime fechado.

Aqui no Mato Grosso do Sul, onde o senador “petista” aportou com plumagem “tucana”, pouco antes da eleição de 1998, quando ameaçou uma imponderável candidatura a governador, acabou trabalhando na coordenação da campanha de Ricardo Bacha (PSDB) no primeiro turno para, logo em seguida, vislumbrando a possibilidade de vitória de Zeca do PT no segundo turno, virou ponto de referência no esquema de arrecadação de fundos para a vitoriosa campanha petista. Da noite para o dia virou “petista de carteirinha”, mudando de “mala e cuia”, mais com a “mala” do que com a “cuia”.

Depois de galgar posto importante na Petrobras no primeiro ano do Governo petista, o escorregadio engenheiro ganhou do então governador Zeca do PT a secretaria de Infraestrutura para viabilizar sua candidatura ao Senado. Ganhou a eleição usando a máquina petista, mas logo traiu o seu benfeitor, ganhando voo próprio e voando mais alto que uma autêntica garça pantaneira.

Já o deputado Reinaldo Azambuja, devido à sua origem rural, sempre foi declaradamente um homem de direita e de família muito ligada à ADEMAT, entidade que caçava comunista em baixo da cama, embaixo do tapete e, principalmente, nas universidades, movimentos populares e órgãos públicos, começou a sua vida pública como prefeito de Maracaju, cidade que administrou durante oito anos e não conseguiu eleger o sucessor porque se uniu com o até então adversário deputado Ary Rigo, com quem andou de “mãozinhas dadas” até que o ex-secretário da Assembleia foi pego em uma gravação que revelou um forte esquema de corrupção.

A união destas duas figuras se torna muito estranha, até pelas suas histórias que em alguns momentos se cruzam, mas que são até certo ponto antagônicas, e também por pertencerem a partidos que se agridem nacionalmente, com o partido do deputado Reinaldo Azambuja acusando o PT de ter instalado no poder uma máfia para “roubar dinheiro público”, conforme denuncia seguidamente o combativo senador Álvaro Dias (PSDB/Pr), enquanto os petistas acusam os tucanos de terem praticado horrores durante o governo do ex-presidente Fernando Henrique, dentre os quais o episódio que os petistas classificam de “privataria”.

Esta união espúria, estapafúrdia e até promíscua, questionável sob os pontos de vista ético e ideológico, não se consumará e cada terá que se juntar aos seus, pois até aqui não está dando para saber qual dos dois está tentando enganar mais.

É até possível que no desenrolar dos fatos, com o PMDB lançando o seu candidato à sucessão do governador André Puccinelli, aconteça até uma composição com o PT da presidente Dilma, uma vez que o deputado Reinaldo Azambuja tem hoje a obrigação moral de ser o candidato a governador e dar palanque ao senador Aécio Neves no confronto com a presidente Dilma Rousseff. Delcídio não poderá estar neste palanque. Mudará de partido para estar com Reinaldo ou finalmente vai seguir a orientação nacional de se acertar com o partido do vice-presidente Michel Temer, como deverá ocorrer em todos os Estados.

(*) O autor foi vereador, prefeito de Campo Grande e deputado Estadual. É diretor do jornal eletrônico http://www.ojornalms.com.br/



 

terça-feira, 22 de janeiro de 2013

O momento exige muito trabalho


(*) Valdir Cardoso

Esta discussão entre o ex-prefeito de Campo Grande, Nelson Trad Filho (PMDB), e o atual Alcides de Jesus Bernal (PP) está até deixando de ser estéril e está chegando ao ponto de ser classificada como histérica. A discussão estéril, normalmente registrada entre adversários políticos, não leva a nada e muitas vezes é até recheada de lances dignos de programas humorísticos, enquanto que a discussão histérica, sem nenhuma pitada de humor, chega as raias do absurdo, com reais prejuízos à população.

Enquanto o ex-prefeito ainda está em busca de um novo rumo depois que deixou o poder desempenhado durante oito anos, o atual, com pouco mais de vinte dias à frente do comando do município, indica que a espetacular vitória nas urnas abalou o seu sistema psicológico fazendo-o perder o rumo e o prumo. Na verdade dá claras demonstrações de que surtou.

Chegando ao cúmulo de levantar suspeitas de que por traz das invasões de áreas públicas estariam políticos “que perderam as eleições”, o prefeito faz uma acusação grave e sem provas, se desentende com o Legislativo, recebe apoio administrativo do governador e, mal agradecido, faz questão de esconder a verdade dando sempre a entender que está sendo discriminado pelo chefe do Poder Executivo Estadual.

Oras, o governador André Puccinelli, mesmo sem o prefeito solicitar, renovou a cedência de quase trezentos funcionários estaduais (pagos pelo Governo) para prestarem serviços aos CEINFs da Prefeitura da Capital, bem como alertou o prefeito Bernal sobre a necessidade da assinatura de convênios para que Campo Grande não fosse prejudicada. O que quer o prefeito? Que o governador convença os vereadores, muitas vezes agredidos pelo novo alcaide, apoiem de olhos fechados todas as suas ações? que o governaor indique pessoas competentes para compor o seu secretariado?

Neste aspecto é preciso reconhecer que pelo menos em uma secretaria a nova administração mudou alguma coisa e foi exatamente na Secretaria da Receita e Controle que tinha um servidor de carreira, Cesar Estoduto, como secretário e foi substituído pelo auditor Fiscal Gustavo Freire que, como primeira medida no posto, tomou uma providência “saneadora”: determinou a troca do número do gabinete do secretário. Anteriormente era o gabinete número 13 e agora passou a ser o número 11. Não se sabe se o novo secretário seja um supersticioso ou não gosta nenhum pouquinho dos aliados petistas. 13 é o número do PT e 11 é o do PP, partido do prefeito.

Possivelmente o secretário encontrou o importante setor da administração sem nenhum tipo de problema e por isto tenha tido tempo de para se preocupar com coisas tão insignificantes.

Exemplo de maturidade e compromisso com sua cidade deu o prefeito Paulo Duarte (PT), que como deputado foi um dos mais ferrenhos críticos do governo peemedebista, imediatamente após a posse procurou o governador afirmando que agora pertence a uma nova sigla – o PC- PARTIDO DE CORUMBÁ.

Mandou bem o prefeito corumbaense que está consciente de que precisa contar com a colaboração de todos, independente de siglas partidárias, porque o objetivo deve ser a melhoria da qualidade de vida da população.

O governador deu a sua resposta realizando um encontro com todos os prefeitos eleitos, colocando-se a disposição para ajudar A TODOS os administradores municipais o que, segundo ele próprio, “não é nenhum favor porque o interesse da população está acima das siglas partidárias e a eleição é coisa do passado”.

A hora é de guardar as armas para as próximas batalhas. É hora de trabalhar em benefício daqueles que pagam os salários dos administradores: o povo.

(*) o autor foi vereador, presidente da Câmara da Capital, prefeito de Campo Grande e deputado estadual. É jornalista e diretor do site http://www.ojornalms.com.br/

terça-feira, 8 de janeiro de 2013

Vamos torcer por Campo Grande, ou não?



(*) Valdir Cardoso 

Críticas exacerbadas ou elogios escancarados em relação ao início da administração do prefeito Alcides Bernal em nada contribuem para melhorar a qualidade de vida dos campo-grandenses. No primeiro caso demonstra raiva e rancor diante de uma derrota até certo ponto inesperada e, pior, total falta de respeito à decisão da maioria do eleitorado da Capital sul-mato-grossense e, NO SEGUNDO, a “babação de ovos” praticada até por alguns que “mamaram” durante anos nas “tetas” da Prefeitura administrada pelo PMDB é uma atitude asquerosa, condenável e oportunista.

Até alguns que bandearam para a campanha do vencedor “depois da onça morta”, no segundo turno, já começam a ver Bernal como a grande liderança estadual. Nada disso. Ele ainda terá que, através do trabalho, muito trabalho, chegar ao patamar de um André Puccinelli, de um Delcídio do Amaral, de um Zeca do PT, de uma Simone Tebet, de um senador Waldemir Moka ou de um Nelsinho Trad.

Todos estes nomes, entre outros, passaram por um aprendizado de muito trabalho e muitos quilômetros rodados. Uma liderança não se forja da noite para o dia.

E o Bernal? Ele não saiu do nada. Ele surgiu depois de um trabalho incansável na mídia para se eleger vereador e deputado com expressivas votações, mas só agora tem a oportunidade de mostrar como agirá na gerencia da nossa cidade, cuja população – mesmo aqueles que votaram contra- torce pelo seu sucesso, pois desejar o insucesso de uma administração é o mesmo que dar um tiro nos próprio pé.

Quem perdeu deve se reorganizar para, no momento oportuno, tentar reconstruir o caminho de volta e os que chegam agora ao comando da cidade terão que trabalhar muito para tentar superar o que foi feito durante as administrações de André Puccinelli e Nelsinho Trad, pois nem os mais ferrenhos adversários podem negar o sucesso absoluto das administrações peemedebistas.

Problemas que estão surgindo neste início de administração são perfeitamente naturais e não servem como indicativo do que será o governo de Bernal e muito menos pode ser debitado à administração passada, pois são fatos que ultrapassam a vontade do administrador.

Portanto vamos, todos nós, torcer para que Campo Grande continue no rumo certo e a sua população tenha, de fato, uma efetiva melhoria na qualidade de vida.

(*) O autor foi prefeito de Campo Grande, vereador, presidente da Câmara Municipal e deputado estadual. É jornalista e editor do Site www.ojornalms.com.br