quinta-feira, 30 de agosto de 2012

Qualquer semelhança não é mera coincidência


Valdir Cardoso (*) 

De tempos em tempos aparecem os “Salvadores da Pátria”, com soluções milagrosas para problemas que afligem as populações das cidades de pequeno, grande e médio porte, dos menores e dos mais desenvolvidos Estados da federação, como se fossem superiores, mais inteligentes, mais honestos (como se ser honesto não fosse o dever de cada um) e portadores de uma fórmula mágica que, se eleitos, eliminariam todos os problemas da população, principalmente aqueles enfrentados pelos mais humildes, grupo que tem tudo para acreditar nas promessas dos populistas demagogos que visam apenas e tão somente melhor a própria vida praticando verdadeiros assaltos aos cofres públicos.



Dourados, segunda maior cidade Mato Grosso do Sul, cuja população cosmopolita, formada por descendentes dos pioneiros que implantaram um polo econômico importante para o pleno crescimento de nosso Estado como grande produtor de alimentos que são consumidos aqui e também exportados para as mais diferentes regiões do Planeta, com todo este potencial foi entregue em mãos incompetentes e sujas que mancharam a história política da cidade que já foi chamada de “Município Modelo”, modelo de desenvolvimento, de trabalho e de poder para superar s crises provocadas pela difícil convivência entre habitantes formados por culturas tão diferentes.

Com a eleição de um populista demagogo (Ary Artuzi) que agia como se fosse um homem de bom coração, que se desmanchava em lágrimas em velório de pessoas que ele nunca tinha visto como se fosse um parente muito próximo do pobre defunto, cuja família dependia de auxilio para não ser obrigada a sepultar o seu ente querido em uma vala comum, porque o humilde cidadão não tinha mesmo “onde cair morto”, o Município fundado por Marcelino Pires e berço de famílias tradicionais como os Torraca, Matos, Souza, Martins, Raslan, Azambuja, Câmara, Alves, Almeida, Machado e tantas outras ficou mais para “modelo de corrupção e roubalheira” porque a maioria do eleitorado foi na conversa de um, apesar de semi alfabetizado, bem falante demagogo chamado Ary Artuzi. 

O homem acabou sendo defenestrado do poder por uma ação comandada pela Polícia Federal e acabou preso por determinação da Justiça, que agiu rápido e impediu a continuidade dos atos de corrupção comandados por Artuzi e sua quadrilha que era formada também vários vereadores. 

Isto tudo ocorreu depois que o vivaldino, vendendo uma imagem de “santo e salvador da Pátria” ter sido eleito vereador, por um partido inexpressivo, e deputado estadual por duas legislaturas para então atingir os seus objetivos através do voto popular: ficar com a guarda dos cofres municipais.

Neste ano eleitoral tem candidato a vereador, que desconhece até qual é a função da Câmara Municipal no conjunto da administração pública, prometendo resolver os crônicos problemas da saúde pública, da educação e dos transportes coletivos, mas na verdade só querem mesmo o gordo salário que recebem os representantes do povo.

 Um problema é certo que alguns vão resolver o problema relacionado com seu próprio meio de transporte, deixarão de andar de Ônibus lotados para desfilar em modernos modelos nacionais ou importados. Há também candidatos a prefeito, na nossa ou na sua cidade, até candidatos ao Executivo que nunca administraram nada e só enriqueceram quando se elegeram para ocupar cargo público, se apresentando como “salvadores da pátria”.

É bom que o eleitor de Campo Grande, que sempre votou no melhor, no mais preparado e competente, preste atenção no exemplo de Dourados, que só agora retomou o processo normal, após a eleição de Murilo Zauith, para não entregar o comando da Prefeitura da Capital nas mãos de incompetentes metidos a “donos da verdade e salvadores da Pátria”.

(*) o autor é jornalista e foi vereador, presidente da Câmara, deputado estadual e prefeito de Campo Grande.

terça-feira, 28 de agosto de 2012

Licitação bilionária já desperta suspeitas


Investigação que estaria em curso e feita por respeitável instituição federal poderá, em pouco tempo, chegar a uma conclusão até então inesperada, com o envolvimento de destacada figura no direcionamento dos resultados de uma bilionária licitação em Campo Grande/MS. Informações preliminares dão conta que existem até gravações telefônicas feitas durante o monitoramento do telefone celular de um empreiteiro de obras, naturalmente, pois a “tal figura” há tempos deixou de se comunicar através deste meio de comunicação, evitando-o até através de mensagens. Se tudo for confirmado poderá ocorrer mudanças radicais no encaminhamento da escolha de candidato para concorrer nas eleições de 2014. Além de colocar as barbas de molho os prováveis envolvidos devem levar em conta estas informações, pois onde “há fumaça, há fogo”, ensina o velho adágio popular. 


CIDADE LIMPA E ÁREAS PÚBLICAS NEM TANTO...

Enquanto a atual administração da Capital alardeia uma chamada “Lei da Cidade Limpa”, retirando painéis, placas indicativas e de propaganda ou mesmo com o nome do estabelecimento comercial, deixando a fachada das lojas com aparência prédios de cidades fantasmas, a Justiça Eleitoral permite a colocação de cavaletes com propaganda eleitoral nos canteiros das avenidas, promovendo um verdadeiro festival de poluição visual, sem que a Prefeitura tome qualquer iniciativa para coibir tal abuso, uma vez que o órgão competente para definir a utilização dos espaços públicos é a municipalidade.

Fachada de comércio em Campo Grande

POR QUE TANTOS CANDIDATOS?   

Quando Campo Grande ainda não era capital do Estado o nível geral dos componentes da Câmara Municipal era, sem dúvidas, bem mais elevado, porém o número de postulantes ao cargo nas eleições era ínfimo e os partidos políticos, que eram apenas dois (Arena e MDB) muitas vezes não conseguiam nem a metade do número permitido pela legislação em vigor na época. No pleito de 1972, quando Campo Grande elegeu Levy Dias para a Prefeitura, o partido de oposição – o MDB – só conseguiu lançar 11 candidatos para disputar as 13 vagas existentes, enquanto a Arena – o partido governista – que poderia lançar 39 candidatos apresentou uma chapa composta por apenas 30 nomes.

Muita gente deve achar o fato um tanto estranho, principalmente porque hoje temos mais 500 postulantes ao cargo de vereador de Campo Grande na disputa por uma das 29 vagas a serem preenchidas, porém a explicação está relacionada ao fato de que naquela época o cargo de vereador não era remunerado e só se habilitavam aqueles que realmente queriam prestar serviços à comunidade, completamente diferente da atualidade, pois a maioria está mesmo de olho é no alto salário e muitas vezes alguns bem desqualificados chegam lá.

O sujeito saí lá do “Pela Jegue” ou de outra região pobre do Estado e vem para a Capital em busca de emprego e melhoria de vida. Não conseguindo atingir de pronto seus objetivos acaba enveredando pelos caminhos da política e se dando bem ao conquistar “o emprego de vereador”.

Por isso e por outros motivos é bom que o eleitor tome cuidado na hora de votar, procurando escolher alguém que já tenha serviços prestados à comunidade e não ir na conversa de demagogos de fala fácil. Acorda, Campo Grande.

sexta-feira, 24 de agosto de 2012

Até apresentação de certidão de nascimento é usada para provar identidade com a cidade

Suel Ferranti, nascido em Nova Luzitânia, se fixou em Campo Grande.
A total falta de convivência com os problemas de Campo Grande, fator que está presente na vida pública de alguns dos candidatos à prefeitura da Capital sul-mato-grossense, a mais cosmopolita cidade do Centro-Oeste brasileiro, pois, formada foi por imigrantes e migrantes de todas as regiões do país e do planeta, tem provocado cenas hilárias nos programas inseridos no horário eleitoral gratuito.
Vander Loubet, deixou a sua Porto Murtinho para viver em Campo Grande.
 É um festival de candidato chorando (seriam lágrimas de crocodilo pantaneiro?), outros dizendo que deixaram Corumbá e vieram estudar em Campo Grande, cidade que oferecia melhores condições de vida, possuía ampla rede de ensino público, do 1º ao 3º graus, ou ainda porque estavam seguindo os passos do campo-grandense Jânio Quadros e tentavam chegar ao eldorado das terras de Piratininga. Outros simplesmente afirmam “eu sou campo-grandense, aqui nasci, estudei e ganhei o caminho da roça, prá cuidar dos meus boizinhos”.
Reinaldo Azambuja, nasceu em Campo Grande e optou por Maracaju.
Na verdade entre todos os prefeitos que governaram Campo Grande, a partir da redemocratização –em 1947 – uma ínfima parcela teve o privilégio de ter nascido na “Cidade Morena”. O primeiro foi um cuiabano, médico como André Puccinelli e Nelsinho Trad, Dr.Fernando Corrêa da Costa, que além de prefeito foi governador e senador do velho Mato Grosso.

Edson Giroto, um que optou por Campo Grande.
A saga dos “estrangeiros” continuou com a eleição de Ary Coelho- 1951/52 (de Baús, região de Paranaíba), Wilson Fadul -1952/55 (do Rio de Janeiro), Marcílio de Oliveira Lima -1955/59 (Nioaque), Wilson Barbosa Martins 1959/63(nascido em Rio Brilhante e registrado em Campo Grande), Antonio Mendes Canale -1963/67 (Miranda), Plínio Barbosa Martins 1967/1970 (Rio Brilhante), Antonio Mendes Canale - 1970/1973, Levy Dias -1973/77 e 1981/82- (Anastácio/Aquidauana), Marcelo Miranda -1977/80 (Uberaba/MG), Alberto Cubel Brull 1978- (Campo Grande) Albino Coimbra Filho -1980/81 (Rochedo), Leon Denizart Conte – 1981-(Bauru/SP), Valdir Pires Cardoso -1982- (Campo Grande), Heráclito José Diniz de Figueiredo -1982/83 – (Aracaju/Sergipe), Nely Elias Bacha -1983- (Corumbá), Ludio Martins Coelho – 1983/86 e 1989/1993 -(Rio Brilhante), Marilu Guimarães (em substituição ao titular/1990), Juvêncio Cesar da Fonseca –1986/1989 e 1993/1997 (Campo Grande), André Puccinelli – 1997/2005 (Viareggio/Itália) Nelson Trad Filho – 2005/2013).

Marcelo Bluma, veio para estudar e fixou residência.
Como se vê, poucos tiveram o privilégio – e privilégio não é virtude – de terem vindo ao mundo em solo campo-grandense, tanto é verdade que o local de nascimento da maioria dos postulantes à sucessão do prefeito Nelsinho Trad é fora do território campo-grandense.
Alcides Bernal, corumbaense, também escolheu Campo Grande para morar.

Marcelo Bluma (PV) e Alcides Bernal (PP) são corumbaenses, residindo há vários anos na capital; Vander Loubet (PT) é das barrancas do Rio Paraguai (Porto Murtinho), Sidney Melo (PSOL) é de Guarulhos, Edson Giroto- PMDB - (Oscar Bressane/SP) e está em Campo Grande há quase 20 anos, onde foi secretário de Obras em duas administrações, Suel Ferranti (PSTU) é de Nova Luzitânia/SP e apenas Reinaldo Azambuja – PSDB - nasceu em Campo Grande e se fez politicamente em Maracaju.

Sidney Melo deixou Guarulhos, na Grande São Paulo, e veio muito novo para MS.
Na verdade o que exige de um postulante ao cargo de prefeito de uma cidade não é a sua origem, mas sim se ele tem serviços prestados à terra que escolheu para ser “a sua cidade”. Cabe ao eleitor ver a história de cada um.

sábado, 18 de agosto de 2012

Candidatos com estrutura entram em cena e mudam o ritmo da campanha


Otavio Trad , Flávio Cesar, Eduardo Romero e José Eduardo Cury -Dr. Cury- (PTdoB); Carlos Borges-vereador Carlão(PSB), Pastora Marta , Herculano Borges e Juliana Zorzo (PSC), Delei Pinheiro (PSD); Paulo Siufi , Carla Stephanini , Wanderley Cabeludo, Mário Cesar, Loester Nunes, Edil Albuquerque e Magali Picareli (PMDB); Paulo Pedra (PDT), Airton Saraiva e Rui Espíndola (DEM), Jamal Salem e Grazielle Machado (PR); Alceu Bueno e Elizeu Dionísio (PSL), Edson Shimabukuro – My Body – e Robson Martins (PTB) todos das legendas de apoio ao candidato do PMDB para a Prefeitura de Campo Grande, Edson Giroto; Professora Rose Modesto e professor João Rocha (PSDB) da chapa do candidato a prefeito Reinaldo Azambuja; José Orcírio –o Zeca do PT -, vereadora Thais Helena e vereador Marcos Alex (PT), da chapa que defende o nome do deputado Vander Loubet para a prefeitura,  são considerados pelas cúpulas partidárias como os maiores “puxadores de votos” para suas legendas.
Otávio Trad, Flávio Cesar e Dr. Cury (Foto: Reprodução)

E exatamente estes nomes que, além de estarem gastando a “sola do sapato” percorrendo os bairros da Capital, são os que – de um modo geral – apresentam maior musculatura de campanha, com penetração nos mais variados setores e mostram estrutura de campanha superior à de alguns candidatos à sucessão do prefeito Nelsinho Trad (PMDB).

Maior exposição

Além dos atuais vereadores que naturalmente estão tendo maior exposição na mídia em função do exercício do mandato, os novatos que surgem são exatamente aqueles que vêm trabalhando a pré-campanha há algum tempo e outros que mantém bons programas em emissoras de rádio ou televisão, o que lhes garantiu um maior contato com a população.

Paulo Siufi, Wanderley Cabeludo, Edil Albuquerque, Mário Cesar e Dr. Loester (Foto: Reprodução)


Esta exposição na mídia já criou muitos fenômenos eleitorais, mas, ao mesmo tempo sofre uma forte queda quando, por exigência da legislação eleitoral, tais “apresentadores” são forçados a se afastar das atividades radiofônicas, mas sempre fica um rescaldo que nem sempre se transforma em uma enxurrada de votos. 

Pastora Marta, Herculano Borges e Delei Pinheiro
 Outros que entram na lista dos “mais prováveis” são postulantes que já concorreram em eleições anteriores e conquistaram um bom número de sufrágios, casos em que se enquadram o jovem Eduardo Romero (PTdoB), que já foi candidato pelo PV, e Delei Pinheiro (PSD) que disputou a última eleição pela legenda do extinto PFL, ficando como primeiro suplente. É candidato apoiado pelo deputado Marquinhos Trad e pelo empresário Antonio João.

Professora Rose e Vereador João Rocha (Foto: Reprodução)


 Campeões de votos?

As coligações se debruçam sobre o desempenho dos candidatos em outras eleições e no potencial dos novos postulantes, sendo que a coligação “Mais Trabalho por Campo Grande”, do candidato Edson Giroto (PMDB), que conta com 250 candidatos a vereador, divididos em cinco chapas, espera ocupar “no mínimo 20 das 29 cadeiras” na Câmara Municipal de Campo Grande.

Zeca do PT, Thais Helena e Alex do PT (Foto: Reprodução)

Mesmo sem se basear em pesquisas de intenção de votos, que nesta altura não significam muito, analistas ligados aos partidos que apoiam Edson Giroto apostam que pelo menos oito dos seus candidatos poderão superar a casa dos 10 mil votos, enquanto o PT aposta em uma votação superior a este número para o ex-governador José Orcírio, que tenta auxiliar no crescimento da candidatura do sobrinho Vander Loubet. Já o PSDB, do deputado Reinaldo Azambuja, contando com novos nomes como o do jovem Victor Cabreira de Eugênio Filho e dos atuais representantes da Legenda, professora Rose Modesto e do professor João Rocha, espera manter a sua bancada, apesar de não ter a participação do vereador Cristóvão Silveira que, depois de cinco mandatos consecutivos desistiu da candidatura.
Vereador Paulo Pedra (Foto: Reprodução)


Falta de estrutura e de diálogo

Enquanto isso, o candidato do PP, deputado Alcides Bernal, que lançou 28 candidatos para a Câmara de vereadores teve uma baixa de oito postulantes por desistência ou por falta de filiação partidária.

O último a encaminhar sua desistência ao Cartório Eleitoral foi o mais antigo integrante do partido no Estado, o sr. Francisco Sá – o Chico Sá- membro do Diretório Nacional do PP.

O ex-candidato Chico Sá tentou, por mais de 20 dias um contato pessoal com o candidato Alcídes Bernal para explicar os motivos da sua desistência, mas como não foi atendido e, sem diálogo, tomou a iniciativa de encaminhar seu pleito diretamente à Justiça Eleitoral, protocolando a renúncia irrevogável.

Outros candidatos desistiram porque o insignificante material de campanha colocado à disposição dos postulantes a uma vaga na Câmara Municipal se esgotou na primeira semana de campanha. O deputado disponibilizou apenas 15 “santinhos” e 20 cabos eleitorais para os candidatos. Sem material de divulgação, os candidatos estão praticamente imobilizados.

O único que ainda se destaca no reduzido grupo é o radialista Cazuza, que, possivelmente com recursos próprios, continua em plena campanha.     


segunda-feira, 13 de agosto de 2012

Hilário, se não fosse vergonhoso

O Governo da presidenta Dilma Rousseff baixou instruções PROIBINDO o uso da máquina pública na campanha eleitoral, impedindo que seus ministros utilizem aeronaves da FAB, recebam diárias ou outros benefícios quando do deslocamento pelo Pais para apoiamento a candidaturas dos representantes da base.

O interessante que a LEGISLAÇÃO ELEITORAL em vigor já veda este tipo de comportamento. Esta história faz lembrar a providência de um antigo delegado do Bairro do Cruzeiro, em Campo Grande/MS, que vendo a imprensa publicar matérias acusando servidores sob as suas ordens de desvio de conduta baixou uma portaria com a seguinte orientação: "FICA PROIBIDO QUALQUER ATO DE CORRUPÇÃO NESTA DELEGACIA". Seria hilário, não fosse vergonhoso.

terça-feira, 7 de agosto de 2012

Desagravo

* R. Ney Magalhães

O Silêncio e a omissão da FAMASUL e por extensão da CNA, entidades maiores representativas da classe ruralista do Mato Grosso do Sul e do País, tornou-se um episódio preocupante para a Democracia tão propalada e decantada nos últimos tempos.

A insegurança jurídica que se instalou no MS, agravada com os tristes acontecimentos relatados na mídia sobre problemas fundiários indígenas
ocorridos no município de Aral Moreira, na região da Tagí, causou forte comoção entre as famílias que vivem ou labutam no Campo, alavancando
o agronegócio, sustentáculo da balança comercial. Sendo responsável pela estabilidade econômica e manutenção do patamar do PIB brasileiro, segundo palavras da própria Presidente da Republica.

O Silêncio por parte das Entidades que tem como obrigação fundamental representar os Sindicatos Rurais, defendendo assim os interesses da produção de alimentos e em conseqüência do Estado, demonstrou para a Justiça e para a sociedade a concordância de serem os proprietários rurais, deste abandonado porem produtivo cone sul, simples posseiros ou invasores.

Dessa forma, ouvimos ou tomamos conhecimento dos fatos apenas por um dos lados envolvidos na questão. Órgãos da imprensa que se posicionam a favor dos invasores tentaram explicar as detenções sob o seu prisma.

Órgãos da justiça diante da inércia da representação sindical, embora com certa demora felizmente publicaram algumas luzes sobre o caso. Ficamos então cientes da detenção de dois respeitados cidadãos, tradicionais produtores rurais, proprietários e arrendatários de terras cultivadas e que cumprem suas funções sociais.

O arrolamento do Presidente do Sindicato Rural daquele município, mais ainda nos constrange por conhecer seu comportamento e espírito conciliatório. Este pequeno produtor rural ao tentar cumprir suas obrigações de presidente do sindicato, não recebeu a orientação e o respaldo devido pelas Entidades superiores.

Os Registros primitivos daquelas propriedades invadidas remontam ao principio do Século passado, com certidões quase centenárias, e sempre com domínio permanente e pacifico. Sendo alvo da historia do desenvolvimento desta fronteira, recebendo financiamentos e servindo de hipoteca para o Banco Central do Brasil desde os tempos dos ervais.

As propriedades devem estar, portanto absolutamente legais perante a Constituição Brasileira. Ao registrar este desagravo, como um simples companheiro produtor rural e ex-dirigente sindical, desejo me solidarizar com esses indefesos produtores de alimentos e com suas famílias, tendo a certeza de que o mesmo sentimento faz parte dos corações de milhares de ruralistas que pouco foram informados dos tristes fatos acontecidos.

Também a atual situação indigna em que vivem os indígenas, não pode ser esquecida. Principalmente os guaranis, que na fase áurea da exploração da erva-mate foram nossos leais parceiros e colaboradores, quando ajudaram a construir este Estado, que agora os abandona a própria sorte.

Pobres Índios guaranis. Pobres proprietários rurais vitimas da insegurança jurídica. Com a palavra o Congresso Nacional.

*Ex-Dirigente Sindical-77 anos.
Fundador da FAMASUL.
Produtor Rural em Amambaí.

segunda-feira, 6 de agosto de 2012

Sem filiação partidária “candidatos Fantasmas” podem ser impugnados

Não conseguindo fazer coligação com outros partidos para a disputa pela Prefeitura da Capital sul-mato-grossense, o deputado Estadual Alcídes Bernal (PP) só conseguiu lançar uma chapa de candidatos à Câmara de Vereadores com apenas 28 nomes, dentre os quais o do vereador Lídio Lopes, que desistiu antes mesmo do registro.


Bernal tem garantido aos  “candidatos fantasmas” que “o Partido já ingressou com Recurso para manter suas candidaturas

Mas os problemas do radialista e candidato à sucessão não terminaram com a desistência de Lídio Lopes, pois a Justiça já impugnou quatro nomes constantes da lista de postulantes pelo PP, diante da comprovação de que eles não tinham filiação partidária.

De acordo com a Legislação Eleitoral o candidato deve preencher uma série de requisitos, sendo exigido – antes de mais nada – que ele esteja no pleno gozo dos seus direitos políticos, seja eleitor e FILIADO ao Partido pelo qual deseja disputar o pleito há pelo menos um ano antes da data da eleição.

No caso específico dos quatro candidatos que tiveram suas inscrições indeferidas pela Justiça Eleitoral – Atanaídes Cristaldo Cachado, o “Tanaka das Passagens”, Calixto Barroso Rodrigues, Enos Dias Medrado e Joana Angélica Jacob – o problema surgiu devido à existência de dupla filiação partidária e por não terem recorrido no prazo estabelecido, de 15 dias, quando poderiam optar por uma das legendas que encaminharam suas adesões. Passado o prazo o pretenso candidato está impossibilitado de disputar a eleição, pois não está filiado a nenhuma representação política.

GOLPE DO “João sem braços”

Mesmo sendo advogado e deputado estadual, o radialista Alcides Bernal e sua assessoria jurídica, por falta de conhecimento da Legislação, têm garantido aos já denominados “candidatos fantasmas” que “o Partido já ingressou com Recurso para manter suas candidaturas”. Se o PP ingressou com recurso pode até ser verdadeiro, porém se os candidatos forem mantidos na disputa seus votos – segundo a Legislação Eleitoral -  não serão computados nem para a Legenda. Desta forma a tentativa da coligação liderada por Alcides Bernal visa apenas manter um número mínimo de candidatos na chapa.

MAIS DESISTÊNCIAS

Segundo comentários que circularam nesta segunda feira, outros integrantes da chapa de Alcides Bernal estão dispostos a desistir da disputa, uma vez que todo o material de campanha (15000 santinhos) já se esgotou e quase nenhum dos candidatos está conseguindo localizar o candidato a prefeito, o que revela uma total falta de estrutura e de organização de campanha.    

quarta-feira, 1 de agosto de 2012

Delcídio ameaça processar quem veicular denúncia da “Carta Capital”


(*) Valdir Cardoso


Diante da repercussão da matéria de capa da Revista Carta Capital, que circulou no último final de semana, relatando que o senador Delcídio Amaral (PT/MS) provável candidato da oposição à sucessão do governador André Puccinelli (PMDB), teria seu nome relacionado como beneficiário da importância de R$ 50 mil em um documento que comprova a existência de um caixa 2 na campanha de Renato Azeredo (PSDB/MG) em 1998, onde aparecem os nomes de importantes figuras do PSDB de todo o Brasil, o parlamentar sul-mato-grossense se defendeu afirmando que não exercia atividade política na época.

Por outro lado, o senador, além de se defender do envolvimento no escândalo do “Valerioduto”, aproveitou para advertir, em tom de ameaça aos órgãos de imprensa independentes, estar “ tomando providências jurídicas que o caso requer” - não só em relação aos autores dos documentos que o incriminam-  e “também à revista (Carta Capital), mas, eventualmente, às suas indevidas repercussões”.

Senador deixa claro um recado à imprensa sul-mato-grossense
Mesmo usando uma linguagem baseada no “tucanês”, celebrizada pelo articulista José Simão, da Folha de São Paulo, deixa claro um recado à imprensa sul-mato-grossense e parece que todos entenderam, com exceção do SITE MIDIAMAX, pois o assunto que repercutiu intensamente por envolver um dos integrantes da representação de Mato Grosso do Sul no Congresso Nacional “passou em branco nas páginas dos jornais e nos noticiários das emissoras de TV do Estado. Isto teria ocorrido porque o envolvimento de políticos em ações criminosas já não representa nenhuma novidade ou ainda há órgãos de imprensa que temem a possibilidade do senador ser escolhido amanha para comandar os cofres estaduais? Fica a dúvida. 

AS INVERDADES DO SENADOR

O senador Delcídio do Amaral Gomez omite algumas verdades que somente uma parcela de bem informados sul-mato-grossenses conhece, principalmente quando afirma que em 1998 não tinha participação política. E como tinha!

Apenas para avivar a memória do leitor e do próprio senador, vamos aos fatos: Durante o governo Fernando Henrique Cardoso (PSDB), o senador Delcídio era diretor financeiro da Eletrosul (o “carguinho” sonhado pelo ex-deputado Dagoberto) e – ao mesmo tempo – presidia o Conselho de Administração da ENERSUL – antes da privatização – empresa que era comandada pelo então ex-deputado e senador Valter Pereira. Era o governo de Wilson Martins (PMDB).

Ao afirmar que em 1998 não era uma figura pública e que não participava da vida política sul-mato-grossense, o senador deve estar com amnésia em estágio muito avançado, ou brincando com a inteligência dos seus conterrâneos e que só merecem respeito aqueles que residem e investem em estados do sul-maravilha, principalmente em Santa Catarina.

Qualquer cidadão acima dos 30 anos minimamente informado e que reside em Mato Grosso do Sul tem conhecimento que o engenheiro Delcídio do Amaral Gomez, nascido em Corumbá e criado em São Paulo, retornou ao seu estado natal em 1996 para, como presidente do conselho de Administração da Enersul, comandar o processo de privatização da empresa. Ato contínuo assinou a ficha de filiação do PSDB, pasmem, com a presença do então todo poderoso ministro Sérgio Motta e da cúpula tucana que veio a Campo Grande para prestigiar aquele que deveria ser o candidato a governador do Partido na sucessão do peemedebista Wilson Martins. Neste caso NÃO HÁ CONTROVÉRSIAS, pois há fotos, vídeos e registro na imprensa escrita.

PRÉ CAMPANHA EM 1998

A partir daí o engenheiro percorreu várias cidades, dentre as quais Corumbá, Naviraí, Três Lagoas e Dourados, apresentando o seu plano de desenvolvimento como pré-candidato ao Governo do Estado pela coligação PSDB/PMDB,

A pré-candidatura de Delcídio pelo PSDB surgiu da cabeça de três influentes figuras da época: O juiz do TRT, Abdalla Jallad, genro do governador Wilson Martins, do presidente da Enersul, Valter Pereira de Oliveira, e do então deputado Flávio Augusto Derzi.

Sabem por que foram buscar uma figura nova, quase desconhecida?  Simples. Pesquisas encomendadas por todos os partidos mostravam que a maioria do eleitorado rejeitava os nomes de políticos antigos como Pedro Pedrossian e Lúdio Coelho. Queria renovação e ele era “o cara”.

Chegou a se reunir com a bancada governista na Assembléia Legislativa, formada por 19 deputados (muda o Governo, mas não muda a base) quando afirmou que teria R$ 30 milhões para a campanha. Foi um alvoroço: Vários parlamentares correram para suas bases e fecharam acordos já contando com a grana do novo patrocinador. Deu xabu. De Santa Catarina ele avisou:”a grana só sai depois das eleições” e ele precisava de um aval para fazer um empréstimo de R$ 8 milhões. Parlamentares se sentiram ludibriados e decidiram apoiar o também tucano Ricardo Bacha que foi para o segundo turno com Zeca do PT. As pesquisas estavam certas: Lúdio ficou fora da campanha e Pedrossian não conseguiu apoio para voltar ao Governo.

ENTRE BACHA E ZECA DO PT

No primeiro turno, “mineiramente”, o engenheiro que foi rechaçado pelo PSDB e pela bancada da base governista, acertou apoio ao candidato oficial, Ricardo Bacha, prometendo inclusive fazer parte da chapa de candidatos a deputado federal, desistindo poucos dias antes da convenção partidária.

Para o hoje senador Delcídio o 2º turno da eleição de 1998 foi realmente outra eleição: Depois das primeiras pesquisas que mostravam Zeca do PT com 62% da preferência do eleitorado, ele foi de “mala e cuia” para a campanha petista, quando se aproximou do mega empresário rural José Carlos Bunlai, participando inclusive da arrecadação de fundos para custear os gastos eleitorais. E as reuniões entre Delcídio, Zeca e o deputado federal eleito Bem Hur Ferreira eram realizadas na residência que ele passou a ocupar nos altos do Jardim São Bento, meses antes, quando era pré-candidato e precisava comprovar o domicílio eleitoral, pois quando vinha de Santa Catarina se hospedava em hotéis da cidade.

Depois da campanha vitoriosa de Zeca do PT, foi nomeado para uma diretoria da Petrobras, por indicação do ex-senador Jader Barbalho em conjunto com o deputado Flávio Derzi.

Já filiado ao PT foi convidado pelo governador para assumir a secretaria de Infraestrutura com o objetivo de torná-lo conhecido pelo eleitorado petista para disputar o Senado.

PELO SIM... PELO NÃO

O senador tem todo o direito de se defender e até o dever de provar a sua inocência, mas não deve correr o risco de ficar desacreditado ao escamotear a verdade. Pelo sim pelo não, ele jamais poderá esconder o seu passado de integrante do PSDB, agora se não foi beneficiado pelo esquema do “Valerioduto” conforme a publicação da Revista Carta Capital, deve mesmo partir para cima daqueles que fizeram a denúncia através de documentos. E o senador pode ficar tranqüilo que os seus “adversários” de Mato Grosso do Sul são tão incompetentes que não conseguem “plantar” notícias nem em jornais locais de pequena circulação. Portando se a matéria da Carta Capital, conforme ele sugere, foi “plantada” deve ser coisa que veio de cima... de “companheiros”.

(*) O autor é jornalista e foi presidente da Câmara de Vereadores da Capital, deputado /Estadual e prefeito de Campo Grande. É diretor do Site www.ojornalms.com.br e não é filiado a qualquer Partido Político.